segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pesadelo


A terra me absorvendo, por inteira, cada parte. Raios e trovoadas cortando o céu inteiro, a face em pranto, as lágrimas em revolta, um bombardeio dentro do corpo inteiro, as células gritando, o sangue fervendo, o escuro, o frio, a face má no céu. Os olhos maus, a música sombria, o coração explodindo em mil pedaços de dor. Lama movediça, movimento desesperado, sufoco, falta de ar.
A chuva sem parar, trovoadas, tempestade. Arrastando casas, árvores molhadas, agulhas no céu. Tudo o que arrebenta, tudo que se desfaz, tudo que explode, tudo que dói, tudo que grita, minha voz, minha explosão, meu pesadelo. Pesadelo, pesadelo, pesadelo. Sangue, medo, dor, frio, tremedeira, asfixiamento, nervoso, tortura, amor-dor, amor, dor, amor, dor, amor, amor, dor, amor.
Seus olhos, minhas lágrimas, seus olhos com as minhas lágrimas, minhas lágrimas nos seus olhos, sua vida na minha alma, você em mim, você no meu corpo, você inteiro, seu corpo, seu cheiro, seu gosto, seu cabelo, sua boca, seu beijo, seus lábios, sua saliva, seu corpo e o meu prazer, seu gosto, seu cheiro, suas mãos, seu calor, seu suor, seus feromônios, nossa música, sua química, meu amor, nosso amor, todo amor do mundo, toda dor do mundo. Desespero, soluços, corpo que desfaz vida que desfaz no teu abraço, no teu corpo, na tua voz toda a dor, todo o mundo no teu corpo, tudo de mal, tudo de ruim, tempestade, dor, desespero, lágrima. Todas as lágrimas, todo o mar, salgado e infinito, salgado e sufocante, salgado e sem ar.
O navio, o mar, meu corpo boiando naquele mar, me arrastando pro fim, me arrastando pro nada, me arrastando, simplesmente arrastando, destruindo, acabando. Todo o sorriso se afogando, todo o beijo desfazendo, todo grito sufocando, toda voz se calando, todo o olhar enfrentando, toda tortura, todo o sangue, toda a alma, todo o amor.
Entre o céu e o inferno, entre o bem e o mal, entre o bom e o ruim, entre sua presença e sua falta. Parte a parte, corpo a corpo, membros sugados, membros partidos, olhos cerrados, hemorragia. Luz que apaga, porta que fecha, felicidade que morre, coração que não bate. Os sentidos que embaralham, curto-circuito, sonho arrancado, desejo soterrado.
Tudo que grita, tudo que debate, tudo que desespera. Tudo que invade, tudo que afoga, tudo que queima, tudo que arde. Tudo que sofre, tudo que envenena, tudo que mata, assassinato.


texto escrito ao som de In this Together - Apoptyma Berzerk

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Eu vejo além


Eu vejo além...
passei um bom tempo tentando ver se as pessoas viam o mesmo que eu, se conseguiam perceber a malícia das coisas, mas elas não conseguem...elas simplesmente não podem ver o mesmo que eu. Eu vejo mais...cultivo esse dom desde que comecei a entender o mundo, e passei a sofrer com ele desde que percebi que as pessoas ao meu redor simplesmente não conseguiam enxergar.
No meu mundo faltam palavras pra várias sensações e pra vários sentimentos, no meu mundo todas essas palavras do dicionário não são suficientes. No meu mundo um sorriso não é apenas um sorriso, existem vários sorrisos escondidos por trás dele.
Eu vejo além...
o óbvio não me parece nada óbvio, o lógico não me atrai, o mundo não é lógico, o mundo não é matemático. Será que aqueles que buscam as exatas não seriam fugitivos desse mundo sentimental e nada óbvio?
eu não fujo mais...cansei de correr contra o que eu sinto e apenas me escuto...não tenho mais medo de mim, não tenho mais medo de nada...
As pessoas não conseguem perceber...talvez tenham medo, talvez se julguem tolas, talvez simplesmente não possuam o dom...
mas eu possuo, e sofro com ele...
sofro quando sinto o mundo embaralhado, sofro com a ironia existente em cada gesto, sofro com o gosto amargo contido em algum olhar, sofro com a frieza existente em tantos gestos...
simplesmente não consigo ser exata, não consigo ser óbvia, não sou assim, sou mais...
não sei fechar os olhos, não sei ignorar, não sei me conformar, não sei ser como todo mundo, não sei...


[enxergo o que ninguém é capaz de enxergar, sinto o que ninguém é capaz de sentir, sou o que ninguém ousaria ser...]

quarta-feira, 5 de agosto de 2009


Dias entram e saem...milhares de corações em um só mundo, girando de modo tão veloz que não há quem acompanhe com louvor, não há quem sinta-se capaz de dominar.
Portas abrem...portas fecham...o coração fica parado, muitas vezes se auto destrói e o tempo reconstrói, e ganha marcas que nunca saem, e ganha marcas que nunca se apagam. Algumas ruins, alguns traumas, algumas tristezas, algumas vergonhas de pensar, alguns erros que nem o tempo é capaz de abafar...Algumas felicidades eternas..aquele dia estrelado, aquele olhar encantado, aquelas palavras doces...
Quantas vezes já nos vimos diante de um olhar inesquecível, quantas vezes já até soubemos naquele momento que seria inesquecível. Quantas vezes morremos de vergonha e nos sentimos com a consciência pesadíssima por um erro, porque sabíamos que era tão forte que passariam-se anos e o tempo não seria capaz de amenizar, não estava escrito na areia...
E nos momentos de dor...eu li em algum lugar que é como se diante de algumas situações torcessem nossa traquéia como uma toalha molhada, mas eu digo mais...muitas vezes nosso coração é esmagado com força, nossos olhos são apertados de maneira brusca, nossas mãos esfriam-se de maneira incontrolável, e queremos morrer, ir sumindo desse mundo aos pouquinhos...
Quantas vezes não tive vontade de sair correndo por uma praia, e deitar na areia, e chorar até que aumentasse o mar e eu ficasse submersa naquelas águas de mar e de dor, naquele desespero de não saber o que fazer. Quantas vezes não demos conta dos nossos pensamentos, quantas vezes não nos questionamos se eles estavam com a razão, mas como saber direito qual é a razão algumas vezes, se temos um coração? O coração nos deixa muitas vezes sem saber ao certo o que pensar, muitas vezes me entra na cabeça que não existe verdade absoluta, e que algumas vezes existe sim.
Acho que dessa vida a gente não tira muita coisa não, se nem conseguimos pensar o que aconteceria se morrêssemos e não existisse mais nada além. Então a única maneira de nos eternizarmos talvez seja como os grandes escritores e poetas, que mesmo depois de mortos, deixaram sua palavra, se mantém lembrados. Mas às vezes fico pensando...o que importa ser lembrado se você não está mais aqui para se sentir feliz com isso? Já que não temos certeza se existe realmente algo além dessa vida, acho que o melhor mesmo seria contar com o pior, contar com que realmente não existe mais nada. As pessoas falam, aproveite os minutos ao máximo, viva os dias como se fossem o último, como se fosse tão simples assim...É muito bonito mesmo pegar umas frases intensas assim e sair colocando no orkut, no msn, ou em qualquer lugar como filosofia de vida. Mas a verdade é que não tem como fazer isso sempre. Somos meros humanos sujeitos a todas os acontecimentos bons ou ruins, ao destino [pra quem acreditar] e toda à negatividade da vida humana. Então o bom mesmo seria encarar com um pouco mais de realismo tudo isso e assumir que não é tão simples assim.
A vida já me provou que existem de fato coisas divinas, coisas eternas, coisas lindamente sobrenaturais que acaba sendo impossível pra mim pensar se Deus existe. Mas de qualquer forma, Ele existindo ou não...uma coisa é fato, quem caminha por essa vida e tem que enfrentar os problemas somos só nos mesmos.

sábado, 1 de agosto de 2009

finalzinho de sábado...


Hoje o dia começou gostoso, um pouquinho de frio só, até consegui tirar o casaco, mas chegou à noite esfriou tudo de novo. Fomos a um churrasco agora pouco mas devido ao frio não deu pra ficar muito, meu nariz congelando, a gente pegando mo sereno...agora em casa ta beem mais gostoso, quentinho e tal. Puta conversa de elevador né, vir aqui e ficar falando do tempo! Enfim.,..eu não queria expor demais minha vida aqui então acabo controlando as palavras, pensando no que devo dizer ou não, e esse post acaba sendo mais difícil, eu tenho a opção de falar qualquer coisa que vem a cabeça, ou de pensar e escrever alguma coisa decente, mas com o sono que eu to fica difícil falar alguma coisa de útil. Com o tempo [assim que estiver com net] prometo que venho escrever algumas coisas úteis que acrescentam e torno esse blog interessante! Aah, a propósito, caso surja a dúvida, eu coloquei esse blog como conteúdo adulto por me dar a impressão de me deixar mais à vontade pra postar, não que eu vá postar alguma foto pornô, ou algo que você precise estar ciente do risco antes de entrar, sei lá, uma questão psicológica de liberdade. Vai-me entender...
Bom, agora que eu já escrevi alguma coisa! Alguma coisa, viu? Vou deitar pq o sono tá batendo e eu não tenho mais nada a escrever por aqui...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Poxa, eu nunca pensei que faria um blog...sei lá sempre disse que blog é coisa de quem não tem o que fazer, mas como nesse exato momento não tenho o que fazer decidi criar um. É claro que eu não devo postar nunca, duvido que eu vá me apegar a isso aqui como eu me apeguei ao fotolog, mas enfim...Mais do que duvido que alguém vai ler isso aqui...Poxa, eu também nunca leio o blog de ninguém. Quando eu olho praquela página cheia de coisas escritas me dá uma preguiça...mas quem sabe o meu seja uma espécie de diário pra mim, uma espécie de lugar pra eu reler de vez em quando e ficar refletindo.
Refletir...Eu acho engraçada essa palavra...uma vez eu escutei de alguém que refletir SEMPRE muda alguma coisa...mas, às vezes eu me pego refletindo horas e horas sobre coisas e não chego a conclusão alguma. Sei lá, comigo às vezes não dá certo. Na verdade o que mais me faz aprender na minha vida são os meus erros..quando eu erro alguma coisa e sinto o peso da culpa aquilo me faz refletir, aquilo me faz aprender. A dor já me fez aprender algumas vezes mas vou dizer que nem só a dor não. Já houve gestos de carinho que me fizeram aprender...ver o quanto eu tava sendo boba por alguma coisa, ver o quanto aquela pessoa significa pra mim. Sei lá, hoje esse post vai ser cheios de sei lá. Porque é um primeiro post, talvez o último, portanto inseguro.
Ainda não entendi o motivo disso aqui mas, que prepotência querer entender tudo, né? Pois é.
Não vou acabar isso como se tivesse alguém lendo senão pra mim vou parecer uma boba, porque eu continuo achando, que NINGUÉM lê blogs. Então vou terminando essas linhas simplesmente dizendo assim, que é isso.