sábado, 8 de janeiro de 2011

Eu não sirvo pra esse mundo

Eu não sirvo pra esse mundo. Essa é a conclusão que sempre chego, quando sinto dor de barriga, aquele nervoso, invadindo meu corpo cada vez que não concordo. Aquela, que não me deixa engolir nada mesmo morrendo de fome. Quando olho pela janela e enxergo o céu feio, e sinto o coração gelado, e parece então que não bate.
Tenho sentido minhas lágrimas secas, tão cansadas de chorar, como se tivessem percebido que algo realmente encrusteceu, encarapaçou, em uma frieza tão absoluta que não me sinto mais.
Eu não sirvo pra esse mundo. E percebo cada vez que sinto meus sentimentos se rebelarem dentro de mim, que sinto que não tenho nenhum controle, que sinto que não há mais refúgio, nem caminho, que tampouco encontro o sentido.
Precisava parar, frear, mas não tenho conseguido sair de mim nem por um minuto. É preciso sair da gente nesse mundo sombrio, sabia? É o que meu pai sempre me diz, e briga comigo: por que você não consegue ficar quieta? por que tem que falar tudo o que sente? você vai se ferrar muito na vida!
Me dá vontade de falar, é porque esse mundo não serve pra mim. Minha alma perturba, minha alma agoniza, fico buscando confortos que são simplesmente temporários, porque na verdade, eu já tentei, e não consigo, não é possível sair de mim.

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