segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Fuçando alguns documentos antigos achei um texto que não teve como deixar de me tocar. Um texto que eu escrevi há seis anos atrás. Um texto doce, ingênuo, que só uma menina de 16 anos conseguiria escrever. Ninguém com muito mais que isso conseguiria escrever com essa ingenuidade, com essa doçura típica de quem ainda não conhece nada da vida, de quem nunca tomou nenhum tapa dela, de quem ainda não conhece a continuidade das coisas. Esse texto mexeu comigo porque consegui enxergar através dele um coração puro que infelizmente não pode manter-se assim com o tempo. E como poderia? Gostei dele porque enxerguei nele coração, doçura, ingenuidade de alma e pureza. E gostaria de compartilhar com vocês.


Eu gostava quando você me olhava fascinado. Eu não entendia,mas eu gostava. E bem dentro de mim eu sentia que nunca podia te perder. Isso era tão incomum,tão irreal. Aquela canção. Quando a ouvíamos sentimentos brotavam de dentro dos nossos olhos. Algumas vezes não podíamos ve-los. Mas brotavam,eu sei. Eu sei que brotavam. E em muitos momentos eu me perguntava o que eu tinha feito de tão bom pra merecer um amor assim. Não saberia dizer também. Pelo menos não agora.
Hoje eu fecho a porta e há somente um silêncio atrás de mim. Escuto vozes,escuto passos. Mas não são mais suas,não mais os seus. Parece que o mundo inteiro silencia às vezes. Velando um amor que já acabou.
Eu gostaria de perguntar se existisse alguém que pudesse me responder,pra onde vão os sentimentos quando saem de nós. Porque não é possível entender. Quando eu olho pra trás é só confusão. Confusão e confusão.
O que eu sentiria se te visse agora? Os mesmos olhos mas com o olhar já diferente. Modificado pelas marcas do tempo,talvez. Eu me perderia nesse olhar? Como se fosse a primeira vez?
Mesmo que as coisas estejam distantes,eu não deixaria de escrever. Que mesmo que os sonhos não voltem nunca mais,de dentro de mim eles nunca vão sair. Vou carregar por toda eternidade. E mesmo que você não saiba,vou te amar cada minuto que eu lembrar do seu olhar. O mais doce que você já me olhou.
E mesmo que eu feche essa porta agora. Mesmo que já não nos possamos olhar mais. O fechar das portas não é o fechar do coração. Nem o fechar de um sentimento qualquer que seja. Eu te procuraria sim,mas sem sair do lugar. Fecharia meus olhos e apertaria bem forte,tentando incoscientemente trazer você pra mim. Você não viria,com certeza. Mas mesmo assim eu tentaria. E os anjos saberiam que nos meus sonhos você ainda é meu.
Não importa quantas pessoas existam,ou quantas existiram ou quantas ainda irão existir. Um dia você vai saber que o sentimento verdadeiro não morre jamais. Aí então a gente vai entender. Tudo o que um dia não entendeu,tudo o que um dia não fez sentido. Porque muitas coisas ainda não fazem sentido pra mim. Não fazem,mas vão fazer. Talvez no exato momento que eu olhar pra você.
Então talvez eu possa te enxergar completamente diferente de todas as maneiras ruins como já te enxerguei um dia. E aí então apagaríamos completamente o passado,e renasceríamos,exatamente como a primeira vez.


(Simi - 20006)

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