sexta-feira, 6 de maio de 2011

Falando sobre o preconceito

Esse texto não vai ser escrito em forma de texto propriamente dito, e será sim uma exposição seca de opinião (sim, tem diferença), e será em forma de nota porque o mural não nos disponibiliza caracteres suficientes. Hoje eu vi o caso Mayara Petroso (antigo já) pela primeira vez. Pra quem não sabe, essa menina tá pagando um preço alto pela liberdade de expressão que a internet oferece através do facebook, do twitter e de outras redes sociais. Após a eleição da nossa atual presidente Dilma Rousseff, Mayara escreveu em seu twitter "Nordestino não é gente. Faça um favor a São Paulo e mate um nordestino afogado", além de uma declaração no facebook "Afunda Brasil. Deem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalha para sustentar vagabundos que fazem filho pra ganhar o bolsa 171". Sua revolta se deveu ao fato de que culpou os nordestinos pela eleição de Dilma, de maneira bem pouco delicada, podemos dizer.
Com 140 caracteres Mayara Petroso arrumou uma pra cabeça que tenho certeza de que tá se arrependendo até agora. Não sei se tanto pelo que disse, mas com certeza muito pela destruição que algumas palavrinhas fizeram em sua vida. Sua declaração no facebook só veio pra dar ênfase à sua opinião e causar mais polêmica. A notícia se espalhou muito rápido. As pessoas indignadas com a incitação de ódio e preconceito da menina popularizaram o caso e geraram um circo que ainda pega fogo até hoje. A expressão de sua opinião gerou muita revolta, por parte de nordestinos e até de paulistas, que se sentiram envergonhados pelas declarações da estudante de Direito (mais um agravante pra essa situação).
Mayara foi sim preconceituosa, foi sem noção. Não mediu a consequência de suas palavras. Mayara como todo ser humano tem o direito de pensar como quiser, mas a partir do momento que expõe essa opinião em público, em uma rede social principalmente, deveria ter redobrado os seus cuidados. Afinal, a "liberdade de expressão" não representa tanta liberdade assim. Quer falar o que pensa? No mínimo tome o cuidado de não dar nome aos bois pra não ter que responder judicialmente caso suas palavras se tornem populares. O caso Mayara ainda está sendo investigado, afinal, como todo mundo sabe a justiça anda a passos de tartaruga, mas com certeza o preço das palavras de Mayara já foram pagos com toda essa manchação de imagem que ela tá sofrendo, ameaças que a obrigaram a sair da faculdade, mudar de endereço e com certeza a repensar seu futuro profissional que já está evidentemente prejudicado.
Eu introduzi com esse caso porque foi o que me levou a refletir friamente sobre o preconceito. Eu enxergo como preconceito opiniões que inferiorizam pessoas com generalização, sem um embasamento consistente ou um argumento válido. Por exemplo, Mayara com certeza tem uma adversidade aos nordestinos por terem eleito Dilma, e os julga burros por isso. Julgar alguém burro ou não por preferir um candidato ou outro pra mim não é o enfoque, e sim a generalização dos nordestinos como pessoas burras, sem cultura, aproveitadoras e indignas. A generalização, seja ela qual for, normalmente é um erro. Isso porque é as pessoas são diferentes e julgá-las todas iguais ou 'farinhas do mesmo saco' é uma análise completamente ignorante e superficial de qualquer situação. Podem existir nordestinos burros, preguiçosos ou aproveitadores, como podem existir paulistas e por aí vai. Aí entra a questão também da agressividade de Mayara com as palavras e obviamente o quanto as pessoas que foram atingidas por elas se sentiram.
Outro exemplo de preconceito sem embasamento consistente é o preconceito com relação aos negros. Porque sendo pessoas como quaisquer outras não existe um motivo sequer que leve a um embasamento preconceituoso com relação à eles. Afinal, discriminar porque é diferente está muito longe de ser um argumento. Agora uma coisa é fato: as pessoas têm uma facilidade absurda de encarar qualquer coisa como preconceito. É um assunto delicado e como pisar em ovos, porque uma palavra errada faz as pessoas entenderem tudo errado. Vou exemplificar. Eu sempre disse que nunca beijei uma pessoa negra e que não sinto nenhuma vontade, mas o motivo é simples: eu não sinto atração por pessoas negras. Isso é mais que uma preferência, afinal, eu não posso preferir uma cor, uma fruta, uma comida, um tipo físico de pessoa? Por alguma questão que não entendo eu simplesmente nunca senti atração por um homem negro. E sei o quanto isso é fácil de ser encarado como preconceito. Não existe um motivo em especial, como eu disse, é muito mais que uma preferência, é uma questão de atração física. Sempre desafiei alguém a me apresentar um negro que me despertasse um pingo de atração, mas nunca ninguém conseguiu isso. Logicamente, eu sempre disse, se alguém algum dia conseguisse isso (em um passado em que eu estive solteira, claro), eu me envolveria com a pessoa sem problemas, por que não? Não existe por quê não, porque não existe preconceito.
Outro exemplo muito lógico é o que eu falo sempre, que fujo de homem com filho que nem o vampiro da água benta. Preconceito? não. Posso lançar a lista de argumentos de complicações que um relacionamento com alguém com filho implica. E eu simplesmente to muito longe de querer essas complicações pra minha vida. É o que eu sempre falo, pra eu me envolver com um cara com filho, simplesmente precisaria estar loucamente apaixonada, porque teria que valer MUITO a pena. Toda a pessoa tem o sonho de ter uma família com a pessoa escolheu, mesmo que nada na vida seja tão perfeito tenho certeza que ninguém se sente muito à vontade de namorar alguém que tem um vínculo eterno (que é um filho) com outro alguém. Com certeza despende uma maturidade que eu francamente não acho que tenho. Não, pra isso não. Além de eu fazer parte daquele time que não acha crianças exatamente as coisas mais fofas do mundo. Por melhor que a criança seja, o filho do outro é o filho do outro e você nunca nessa vida conseguirá entender esse amor que ele sente. Minha opinião. Não me envolvo com fumantes. Tenho certeza que pela ojeriza que eu tenho ao cigarro seria impossível uma relação com alguém que gostasse do maldito. Tenho argumentos válidos, não é preconceito. A vida envolve escolhas, decisões. Eu fiz as minhas e quero estar dentro daquilo que eu decidi que quero pra minha vida. Claro que nem tudo às vezes sai como o planejado, mas pra mim você ter preferências, tomar caminhos ou arquitetar sonhos não tem nada a ver com preconceito.

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